
Quando Cristiane Carvalhes (foto), 38, decidiu, há sete anos, fazer a cirurgia bariátrica, sobravam dúvidas. Tantas que depois ela até chegou a criar um diário virtual para ajudar outros pacientes.
Hoje, após o desfecho da própria experiência, o objetivo é informar sobre os riscos de largar o acompanhamento nutricional e o exercício. “Quero mostrar que a cirurgia não é um milagre. Muitos diziam: é fácil emagrecer assim. Mas não é. Você entra numa reeducação alimentar para o resto da vida. Se não seguir, volta a engordar”, afirma ela, que voltou a ganhar cerca de 30 kg desde o nascimento da filha, há dois anos, quando derrapou na dieta e deixou de lado os exercícios.
O valor corresponde à metade do que havia perdido após a bariátrica, quando passou de 117 kg para 57 kg. Hoje, está com 89 kg.
A estimativa é que 15% dos pacientes recuperam até metade do peso perdido, segundo Caetano Marchesini, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. “Sem dúvida operar é mais eficaz que muitos tratamentos clínicos. Mas, se não está bem preparado, os pacientes reganham peso. Onde está a maior demanda também aparecem as maiores complicações”, diz Cláudia Cozer, do Hospital Sírio-Libanês.
Outros efeitos, como deficiências nutricionais, também são esperados: anemia, perda do cabelo e osteoporose são algumas das queixas. “É um mito achar que a cirurgia vai te deixar magra para o resto da vida. É só uma ferramenta para te ajudar nesse processo”, diz Cristiane.